Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)
Reportagem percebeu que alguns pedestres caminham pelo local onde antes era estacionamento
Antes mesmo de sair do papel, o projeto do Re.Viva Bozano já dividia opiniões. E, agora que está quase pronto, a situação não é diferente. Motoristas, comerciantes, moradores e pedestres não são unânimes no que diz respeito a nova cara da 2ª quadra da Bozano. Com a perda da maior parte do estacionamento, a ideia principal é criar um Centro de Convivência dando mais espaço para os pedestres.
Porém, conforme comerciantes, taxistas e pedestres, a mudança gera impactos positivos e negativos. A queda no movimento do comércio, tanto de pedestres como a circulação de veículos é um deles.
A gerente de uma loja de confecção Jussara Franciscatto compartilha da mesma opinião. Há um ano e meio, a loja ocupa o ponto comercial e a empresária notou que, desde a revitalização da quadra, as vendas caíram em decorrência do pouco movimento.
- As vendas não estão fáceis, mas não é de hoje. A crise existe há bastante tempo, só que a retirada do estacionamento prejudicou todo mundo. Agora ficou mais longe para o cliente chegar na loja. No começo, a gente pensou que ia aumentar o fluxo de pedestre, mas percebemos que não - relata Jussara.
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Mas, apesar de ser perceptível a queda no fluxo de pedestres pelo local, há quem acredite que as mudanças têm pontos positivos. A aposentada Tânia Rodrigues, 56 anos, e o marido, o comerciário José Luiz Grand, 58, caminhavam pelas faixas coloridas na manhã desta quarta-feira, local antes ocupado pelos carros. O comerciário admite que não sabe ao certo o que será feito no local, mas afirma que, para os pedestres, a iniciativa foi positiva.
- Desta forma o centro da cidade fica mais humanizado, é melhor que tenha menos carro aqui. A gente mora no Bairro Itararé e caminha todos os dias. Acho que deveria ser tudo fechado - comentou.
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Tânia também concordou com o que viu e ainda apontou algumas sugestões.
- Ouvi falarem mal, mas achei bem bacana. Acho que deveria ter bancos para as pessoas sentarem, canteiros... mas temos que levar em consideração que as pessoas precisam cuidar. Não adianta julgar a prefeitura ou dizer que não tem fiscalização se falta respeito e educação por parte das pessoas que circulam por aqui - declara Tânia.